Os tratamentos para o glaucoma disponíveis no Brasil são os colírios, as cirurgias a laser, as cirurgias minimamente invasivas e o implante de stent. Dessa forma,  apesar de haver tratamentos para o glaucoma, é importante esclarecer que nenhuma abordagem terapêutica cura a doença e nem reverte a perda da visão.

Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em glaucoma, o objetivo de todos os tratamentos para o glaucoma disponíveis hoje é impedir a progressão da doença, para evitar novas perdas no campo visual. “O glaucoma causa danos permanentes no nervo óptico. Portanto, uma vez que as células nervosas não se regeram, os danos visuais são definitivos. Contudo, o tratamento pode impedir o avanço da doença”, alerta a médica.

Tratamentos para o Glaucoma – Conheça quais são

Primeiramente, é importante dizer que o principal fator de risco para o glaucoma é aumento da pressão intraocular (PIO). “A pressão dentro dos olhos é mantida pelo equilíbrio entre a produção e o escoamento do humor aquoso. Algumas pessoas desenvolvem problemas na estrutura ocular, chamada de malha trabecular, responsável pela drenagem desse líquido. A partir disso, a pressão aumenta e começa a danificar o nervo óptico”, explica Dra. Maria Beatriz.

Dessa maneira, o objetivo dos tratamentos para o glaucoma é reduzir e controlar a PIO para evitar danos nas células nervosas responsáveis pela comunicação entre o olho e o cérebro. Agora, com a ajuda da especialista, vamos conhecer melhor como funcionam esses tratamentos.

• Colírios usados no tratamento do glaucoma

Na maioria dos casos, a primeira escolha de tratamento para o glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA) é o uso de colírios. Esse é o glaucoma mais comum na população em geral. Há várias classes terapêuticas de colírios e cada uma funciona de uma maneira.

Veja abaixo os colírios para glaucoma:

1. Betabloqueadores

Os colírios dessa classe visam reduzir a produção do humor aquoso. O efeito esperado é a diminuição da pressão intraocular.

2. Alfa-agonistas adrenérgicos

Os colírios dessa classe medicamentosa ajudam a diminuir a produção de humor aquoso e melhorar a drenagem da substância. Outra característica desses colírios é que possuem menos conservantes em sua composição, algo importante para prevenir danos na superfície ocular, além de serem mais seguros para pessoas alérgicas.

3. Prostaglandinas

Os colírios à base de prostaglandinas ajudam a melhorar a drenagem do humor aquoso. Além deste efeito, outro benefício é que esse colírios podem ser usados uma vez por dia, sendo essa uma vantagem importante, frente a outros colírios, cuja prescrição envolve mais de uma aplicação ao dia.

4. Inibidores de anidrase carbônica

Os colírios desta classe ajudam a diminuir a pressão ocular de forma mais potente, além de reduzirem a produção do humor aquoso. Contudo, devido à ação mais vigorosa, o seu uso não deve ser por tempo prolongado.

5. Colinérgicos (mióticos)

Geralmente, os colírios colinérgicos são indicados para pacientes com glaucoma de ângulo fechado. Esses medicamentos atuam diretamente nos músculos oculares para desobstruir o canal de drenagem do humor aquoso, em pouco tempo.

6. Compostos combinados

Em alguns casos de glaucoma, o oftalmologista pode optar por colírios compostos por mais de uma classe medicamentosa. De qualquer forma, o modo de ação é sempre o mesmo: melhorar a drenagem do humor aquoso, reduzir a sua produção e controlar a pressão intraocular.

Tratamentos para o glaucoma – Quais são as principais cirurgias

Primeiramente, é importante relembrar que há vários tipos de glaucoma e, para cada um, existe um tratamento mais efetivo. Nem todas as pessoas com glaucoma vão precisar de uma cirurgia.

Alguns tipos de glaucoma, como o glaucoma de ângulo fechado, precisam de tratamento cirúrgico imediato para reduzir, rapidamente, a pressão dentro do olho. Outro aspecto é que cada forma de glaucoma demanda um tipo de cirurgia. Por fim, a indicação da cirurgia se estende aos pacientes que não respondem ao uso dos colírios.

Tratamentos para o glaucoma de ângulo aberto

Embora o tratamento mais comum para o GPAA seja o uso dos colírios, em muitos casos não há melhora do quadro, ou seja, não se obtém o controle da pressão intraocular.

“Para além disso, muitos pacientes abandonam o tratamento, devido à dificuldade de pingar os colírios, bem como aos efeitos colaterais, como ardência e outros desconfortos. Finalmente, estudos recentes apontaram que a cirurgia a laser pode ser a primeira escolha de tratamento, nos casos iniciais e moderados de glaucoma de ângulo aberto”, comenta Dra. Maria Beatriz.

Veja abaixo as principais cirurgias para tratar o glaucoma de ângulo aberto

1-Trabeculoplastia Seletiva a Laser (SLT)

A SLT é uma cirurgia a laser, minimamente invasiva, em que o cirurgião faz uma incisão na malha trabecular, para melhorar a drenagem do humor aquoso. Essa cirurgia preserva os tecidos oculares, algo fundamental caso o paciente precise passar outros procedimentos cirúrgicos. A indicação é para o glaucoma de ângulo aberto, nos graus leves e moderados.

Trabeculectomia

A trabeculectomia é uma cirurgia em que é construída uma rota alternativa para o escoamento do humor aquoso. O oftalmologista faz uma pequena incisão na esclera, a parte branca do olho, coberta com uma pequena parte de tecido.

Isso irá funcionar como uma espécie de válvula, por onde o humor aquoso irá escoar e ser absorvido pelos tecidos ao redor dos olhos. Trata-se de uma cirurgia mais complexa, com maior tempo de recuperação. Contudo, é um procedimento importante para pacientes que já não responderam ao uso colírios e às cirurgias a laser.

Implante de stents

Sem dúvidas, o uso de stents (dispositivos microscópicos) no tratamento do glaucoma mudou o prognóstico da doença. Hoje, é o tratamento mais avançado para o GPAA. O stent é colocado por meio das chamadas MIGS (cirurgias minimamente invasivas do glaucoma). O cirurgião insere o stent na malha trabecular, para melhorar a drenagem do humor aquoso de forma mais rápida e consistente.

A indicação do implante do stent é para os casos de glaucoma primário de ângulo aberto, de leve a moderado.

Tratamentos para o glaucoma de ângulo fechado

 O glaucoma de ângulo fechado é o que mais ameaça a visão. Isso porque, o fechamento repentino do ângulo leva ao aumento rápido da pressão dentro do olho. Isso, por sua vez, causa danos no nervo óptico que são irreversíveis. Portanto, é preciso adotar abordagens terapêuticas que para reduzir a PIO o mais rápido possível.

Iridotomia Periférica a Laser

A iridotomia periférica a laser (LPI) é uma cirurgia a laser para tratar os glaucomas que levam ao fechamento parcial ou completo do ângulo.

Iridoplastia Seletiva a Laser

A indicação da iridoplastia seletiva a laser é para casos bem particulares de fechamento de ângulo. Alguns exemplos são condições como a íris em platô, nanoftalmia (condição associada ao desenvolvimento visual), cistos na íris e corpo ciliar. Também pode ser usada quando o paciente passou por uma iridotomia e não apresentou redução da pressão intraocular.

Lembre-se: Embora o glaucoma seja uma doença incurável, a detecção precoce pode prevenir a perda completa da visão. Porém, como não sinais e sintomas nas fases iniciais, nem sempre o diagnóstico ocorre em estágios mais leves.

Em conclusão, as alterações no campo visual, anteriores ao tratamento, são permanentes. “Mas, os tratamentos atuais para o glaucoma são capazes de impedir a progressão da doença, ou seja, conseguem prevenir novas perdas no campo visual”, finaliza Dra. Maria Beatriz.

A Stratus Oftalmologia Avançada conta em seu quadro clínico com vários oftalmologistas., como Dr. Ricardo Menon Nosé, Dra. Marcela Barreira e Dra. Maria Beatriz Guerios

A clínica oftalmológica fica localizada na cidade de São Paulo, na região dos Jardins.

Para agendar sua consulta, ligue para (11) 3266-2768.