Sintomas da conjuntivite viral – O que você precisa saber
Os sintomas da conjuntivite viral são semelhantes em adultos e em crianças. As principais manifestações são vermelhidão ocular, irritação, coceira, lacrimejamento, sensação de corpo estranho nos olhos, ardência e sensibilidade à luz. Para além disto, uma característica da conjuntivite viral, que ajuda a diferenciá-la da forma bacteriana, é a produção intensa de secreção esbranquiçada e aquosa.
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra e especialista em estrabismo, um dos sintomas mais importantes da conjuntivite viral é a vermelhidão ocular. Vale ressaltar que a conjuntivite afeta os dois olhos. “Num primeiro momento, a doença se desenvolve em um dos olhos, mas logo o outro é atingido pela infecção. Embora as manifestações da conjuntivite sejam parecidas em todas as formas, ou seja, na alérgica, na bacteriana e na viral, existem diferenças que ajudam a fechar o diagnóstico”, explica.
“Em geral, a cor da secreção mais esbranquiçada, sua produção intensa e o histórico de um quadro causado por vírus, como um resfriado ou uma gripe, são importantes sinais de que se trata de uma conjuntivite viral”, adiciona a especialista.
8 em cada 10 casos de conjuntivite têm origem viral
A conjuntivite é uma infecção que afeta a conjuntiva, tecido que recobre a parte da frente do globo ocular. Estudos apontam que cerca de 80% dos casos de conjuntivite têm origem em infecções virais. Para além disto, o adenovírus, causador do resfriado comum, é o principal agente causador da doença.
Mas, existem outros vírus que podem levar a um quadro de conjuntivite viral, como o vírus do herpes simples, varicela-zoster, catapora, gripe e até mesmo a covid-19.
Como reconhecer os primeiros sintomas da conjuntivite viral
Os sintomas da conjuntivite viral costumam se manifestar de 5 a 12 dias após a contaminação. A primeira manifestação é a vermelhidão ocular, que pode ser seguida pela produção da secreção e irritação nos olhos. Em seguida, surgem os demais sintomas.
Diagnóstico e tratamento
“Um importante alerta é que a conjuntivite viral é altamente contagiosa. Por isto, na presença dos sintomas, é importante procurar um oftalmologista assim que possível. “O diagnóstico é feito pelo exame clínico, ou seja, não há necessidade de exames de imagem, nem laboratoriais”, diz Dra. Marcela.
“Como o agente causador é um vírus, também não é necessário prescrever antibióticos. O tratamento consiste no alívio dos sintomas. Em geral, recomendamos o uso de compressas frias, várias vezes ao dia, limpeza das secreções acumuladas e, se necessário, algum medicamento para dor. Como o olho pode ficar bastante irritado, o uso de colírios de lágrimas artificiais também pode ajudar a aliviar este sintoma”, completa a oftalmopediatra.
A sensibilidade à luz costuma incomodar bastante. Neste caso, o paciente pode usar óculos escuros, mesmo dentro de casa, para aliviar este sintoma.
Os sintomas da conjuntivite viral podem durar de 1 a 3 semanas. Contudo, por se tratar de uma doença autolimitada, a sua resolução é espontânea.
Conjuntivite viral é contagiosa, por isso isolamento é obrigatório
A conjuntivite viral é extremamente contagiosa. Por isto, pessoas com a doença precisam ficar isoladas até que o risco de transmitir a doença diminua. No caso das crianças, é obrigatório o afastamento das atividades escolares, esportivas e sociais.
Em casa, o risco de transmitir para os familiares também existe, mas pode ser minimizado por meio de cuidados como lavar bem roupas de cama e banho, não compartilhar itens de uso pessoal, lavar bem as mãos ao tocar nos olhos, evitar tocar nos olhos e tocar em outras superfícies e objetos.
A transmissão da conjuntivite viral pode ser por contato direto ou indireto com o vírus. O contato indireto pode ocorrer quando o paciente passou a mão nos olhos e tocou uma superfície ou objeto, por exemplo. O contato direto é por meio de beijos, abraços, espirros e até tosse.
Lembrando ainda que ambientes pouco ventilados, especialmente no inverno, aumentam o risco de transmissão da conjuntivite viral.
Prevenção da conjuntivite viral
“Como no outono e no inverno há aumento dos casos de infecções respiratórias, como gripes e resfriados, há também um risco maior de desenvolver uma conjuntivite viral. O ideal é evitar espaços fechados e pouco ventilados, além de higienizar as mãos e não tocar os olhos, especialmente quando estiver em espaços públicos”, alerta Dra. Marcela.
“Por fim, caso a pessoa apresente os sintomas da conjuntivite viral, é necessário procurar um oftalmologista para o correto diagnóstico e tratamento. Um alerta importante é nunca usar colírios sem prescrição médica. Isto porque há colírios que podem causar problemas graves, como, por exemplo, glaucoma”, finaliza a especialista.