Anestesia Geral em Crianças na Cirurgia de Estrabismo
A anestesia geral em crianças é um tema que causa muita angústia e dúvidas nos pais. Trata-se de um assunto cercado de mitos e tabus.
Por isto, hoje vamos falar mais sobre a anestesia geral em crianças na cirurgia de estrabismo. Antes de tudo, é fundamental dizer que anestesia geral não é sinônimo de gravidade!
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra e especialista em estrabismo, quando os pais tomam conhecimento da necessidade de usar a anestesia geral para corrigir o estrabismo, ficam tensos e preocupados. “Por isto, é crucial reforçar que a anestesia geral é um procedimento seguro, desde que realizado por um anestesiologista”.
Anestesia geral em crianças: Como funciona?
“O anestesiologista acompanha o paciente desde o momento em que a cirurgia é marcada, até a alta do hospital. Existe uma consulta prévia com os pais em que levantamos o histórico de saúde da criança. Além disto, este é um momento essencial para que os pais possam tirar suas dúvidas.
Em geral, nos encontramos com os pais no dia da cirurgia no hospital e acompanhamos a criança desde a sala pré-operatória até a alta da recuperação após a cirurgia”, conta Dr. Hugo Ítalo Melo Barros, anestesiologista especializado em anestesiologia pediátrica.
Anestesia geral em crianças na cirurgia de estrabismo é melhor opção
“A anestesia geral é a opção mais segura para a cirurgia de estrabismo em crianças. Durante a cirurgia, a criança precisa ficar imóvel e isso é, praticamente, impossível. Temos também que levar em consideração que a manipulação dos olhos é incômoda e naturalmente causa dor, mesmo quando usamos anestésico local em forma de colírios”, comenta Dra. Marcela.
Ou seja, a anestesia geral é a forma mais segura para controle da dor, imobilidade e recuperação da criança que passa pela cirurgia de estrabismo.
O passo a passo da anestesia geral em crianças na cirurgia de estrabismo
Vamos agora conferir o passo a passo da anestesia geral em crianças.
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Preparo
O jejum é essencial para prevenir a aspiração durante a cirurgia. Em outras palavras, durante a anestesia podem ocorrer reflexos de proteção do estômago que podem levar os alimentos e líquidos para os pulmões. Isto é uma complicação grave chamada de pneumonia aspirativa. Mas, felizmente, é uma condição totalmente prevenível.
“As regras do jejum podem mudar de acordo com a idade da criança e o tipo de cirurgia. Geralmente, é recomendado fazer 8 horas de jejum para alimentos sólidos. A ingestão de líquidos também tem regras diferentes e será orientada pelo anestesiologista”, aponta Dr. Hugo.
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Administração da anestesia geral em crianças
“Quando a criança chega na sala de cirurgia iniciam-se os procedimentos anestésicos. Para prevenir que a experiência gere traumas, usamos a indução inalatória com gás anestésico. Assim que a criança adormece fazemos a punção da veia para administrar os anestésicos que mantêm a criança adormecida durante a cirurgia”, conta Dr. Hugo.
“O anestesiologista permanece o tempo todo na sala de cirurgia, monitorando os sinais vitais e controlando a medicação. Assim que a cirurgia termina, os anestésicos são suspensos e o efeito passa paulatinamente, até que a criança acorde”, diz Dra. Marcela.
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Despertar na sala de recuperação
Quando a cirurgia termina, a criança permanece em observação na sala de recuperação pós-anestésica. O despertar ocorre de forma natural e, normalmente, um dos pais fica ao lado do leito. O anestesiologista avalia a criança quando ela acorda. Caso esteja tudo bem, a criança é liberada para ir para o quarto ou ainda para casa.
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Ingestão de alimentos e bebidas após a cirurgia
Outra preocupação frequente dos pais é a respeito da quebra do jejum. A boa notícia é que a criança pode se alimentar com líquidos e alimentos mais leves ainda no hospital, antes da alta. Mas, quem libera é o anestesiologista.
Fale com seu oftalmopediatra sobre a Anestesia geral em crianças na cirurgia de estrabismo
“A anestesia geral é segura e permite o tratamento de várias condições e doenças em bebês e em crianças, como o estrabismo. Os pais devem conversar com o anestesiologista antes da cirurgia para esclarecer todas as suas dúvidas. Isto ajuda a deixá-los mais seguros e tranquilos para dar suporte emocional para a criança durante o processo cirúrgico”, finaliza Dra. Marcela.