O que é exame de fundo de olho? Para que serve e como é feito
O exame de fundo de olho, também chamado de fundoscopia ou oftalmoscopia, é um exame oftalmológico que avalia a saúde da retina, nervo óptico e vasos sanguíneos da parte de trás dos olhos. Trata-se de um recurso crucial da oftalmologia para diagnosticar doenças que ameaçam a visão, como glaucoma, retinopatias e doenças do nervo óptico.
Para além das doenças oculares, o exame de fundo de olho também ajuda a detectar doenças sistêmicas, ou seja, que atingem outras partes do corpo.
Exame de fundo de olho: uma janela para o corpo
Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em glaucoma, a fundoscopia pode trazer indícios de outros problemas de saúde do paciente. “Durante o exame, é possível avaliar a saúde do sistema vascular da retina, ou seja, dos vasos sanguíneos. Quando a pessoa tem diabetes ou hipertensão, por exemplo, ocorrem alterações nestes vasos. Assim, quando as detectamos, orientamos o paciente a procurar um especialista”.
Sinais de diabetes e hipertensão durante o exame de fundo de olho
Um dos sinais clínicos do diabetes são micro aneurismas retinianos que podem ser vistos durante a fundoscopia. O exame de fundo de olho tanto pode ajudar na descoberta do diabetes, quanto é essencial para diagnosticar a retinopatia diabética.
“Infelizmente, mais de 60% dos pacientes com diabetes tipo 2 desenvolvem esta doença. Já em pacientes com diabetes juvenil, a incidência da retinopatia é ainda maior”, comenta Dra. Maria Beatriz.
A hipertensão arterial sistêmica causa mudanças importantes nos vasos retinianos. Portanto, isto também pode ajudar a identificar a presença da pressão alta. Por fim, alterações na retina podem estar associadas a outras doenças, como a leucemia.
Exame de fundo de olho: como é feito
A fundoscopia é realizada durante todas as consultas oftalmológicas de rotina. O exame é feito com um aparelho chamado oftalmoscópio que projeta uma luz no interior do olho. Normalmente, é preciso dilatar as pupilas do paciente para aumentar a incidência da luz dentro do globo ocular.
O exame é indolor e relativamente rápido, podendo ser realizado de duas maneiras. A oftalmoscopia direta oferece uma imagem quinze vezes maior da retina, mas o campo de visão é mais restrito. Na fundoscopia indireta, que normalmente é feita por um oftalmologista especialista em retina, é possível obter uma visualização mais ampla e minuciosa do fundo do olho.
Entre as doenças oftalmológicas que podem ser detectadas na fundoscopia estão o glaucoma, retinopatia diabéticas e outras doenças da retina, degeneração macular relacionada à idade (DMRI), e tumores oculares.
Consulte seu oftalmologista
A consulta oftalmológica de rotina é crucial, principalmente após os 40 anos de idade. Diversas doenças sistêmicas e oculares podem se desenvolver a partir desta faixa etária.
“Quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será o resultado do tratamento. Vale lembrar que pessoas com histórico familiar de doenças oculares precisam procurar o oftalmologista mais cedo, bem como àquelas com doenças sistêmicas que podem afetar os olhos, como diabetes”, finaliza Dra. Maria Beatriz.