Tipos de Estrabismo: Quais são? Como identificar?

Tipos de Estrabismo: Quais são? Como identificar?

Você sabia que há vários tipos de estrabismo? Embora o desvio do olho para dentro, chamado de estrabismo convergente, seja o mais comum, há diversas formas de desalinhamento visual. Por isto, hoje vamos falar sobre todos os tipos de estrabismo e como funciona o tratamento para cada um deles.

Tipos de estrabismo influenciam tratamento

Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmologista especialista em estrabismo, o desalinhamento do eixo visual ocorre devido a problemas nos músculos oculomotores. “Ao todo são seis músculos que controlam os movimentos dos olhos. Estes movimentos ocorrem em todas as direções como para os lados, para cima e para baixo. Podemos comparar os músculos oculomotores às rédeas de um cavalo”.

Quando o estrabismo está presente, há um desequilíbrio nestes músculos. De acordo com o músculo afetado, podem ocorrer os diferentes desvios. “Os desvios podem ocorrer para fora, em direção às orelhas, para dentro, em direção ao nariz, para cima e para baixo. Outra característica dos desvios é que podem ser constantes ou intermitentes (ora o olho está alinhado, ora desalinhado)”, explica Dra. Marcela.

Conheça todos os tipos de estrabismo

Vamos agora conhecer um pouco melhor todos os tipos de estrabismo.

Estrabismo convergente

O estrabismo convergente é aquele em que o olho se desvia para dentro, em direção ao nariz. Na maioria dos casos este desalinhamento é congênito, ou seja, a criança já nasce com o desvio. Normalmente, o desalinhamento convergente está presente o tempo todo, ou seja, ele é constante.

O tratamento do estrabismo convergente é cirúrgico e deve ser feito de forma mais precoce para assegurar um bom desenvolvimento visual.

Estrabismo acomodativo

O estrabismo acomodativo é um tipo de estrabismo convergente. Porém, o desvio do olho para dentro está ligado à hipermetropia. A dificuldade de enxergar de perto leva a criança a fazer um esforço de acomodação do olho. O resultado é o desalinhamento do olho para dentro.

O estrabismo acomodativo é o único estrabismo que não tem indicação cirúrgica, já que o uso de óculos para corrigir a hipermetropia soluciona o desvio do olho.

Estrabismo divergente

O estrabismo divergente é aquele em que o olho se desvia para fora, normalmente de forma intermitente. Ou seja, ora o olho da criança está alinhado, ora desalinhado. Os períodos de desvio ocorrem quando a criança está mais cansada, doente ou estressada.

O tratamento do estrabismo divergente é cirúrgico. Como o desalinhamento não é constante, é possível esperar um pouco mais para realizar a correção. Mas, ainda assim, é preciso operar antes dos 7 anos, preferencialmente entre os 2 e 4 anos.

Estrabismo vertical

O estrabismo vertical é um pouco menos prevalente. Este tipo de desvio ocorre quando um olho se mantém fixo em uma imagem enquanto o outro olho de desvia para cima ou para baixo. O estrabismo vertical também pode vir acompanhado do estrabismo horizontal.

Há dois tipos de estrabismo vertical:

– A hipertropia ocorre quando o eixo visual do olho afetado é superior ao olho saudável. O desalinhamento pode ser frequente. Em geral, pode ser congênito ou adquirido.

– A hipotropia ocorre quando o eixo do olho desviado é inferior ao do olho saudável.

Os músculos afetados no estrabismo vertical são aqueles que exercem ação na direção vertical do eixo ocular. O tratamento deste tipo de estrabismo é cirúrgico.

Estrabismo Paralítico

O estrabismo paralítico ocorre devido a problemas em alguns nervos cranianos, que participam dos movimentos oculares. Entre eles estão o III nervo craniano, chamado de oculomotor. O IV e o VI nervos cranianos também participam dos movimentos oculares.

Quando alguns destes nervos sofrem uma paralisia, ou seja, param de funcionar, total ou parcialmente, prejudicam os movimentos oculares que dependem deles. A direção do desalinhamento é diferente de acordo com o nervo afetado.

– Estrabismo paralítico do III Nervo Craniano – o olho fica, praticamente, congelado. O único movimento que o olho consegue fazer é para fora. Também ocorre o fechamento da pálpebra. Atinge mais adultos e tem relação com doenças neurológicas, como aneurismas e acidentes vasculares cerebrais.

– Estrabismo paralítico por Paralisia IV Nervo Craniano – É comum na infância, mas pode passar desapercebido pelos pais e até mesmo pediatra.

Isso porque o desvio é quase imperceptível e não afeta a estética. O desvio é vertical e um olho parece estar um pouco mais alto que o outro. O que mais ajuda a identificar este tipo de estrabismo é que a criança desenvolve um “torcicolo ocular”. Em outras palavras, a criança inclina a cabeça lateralmente para conseguir compensar o desvio e enxergar. A correção é cirúrgica.

– Estrabismo paralítico por Paralisia VI Nervo Craniano

Neste tipo de estrabismo olho se desvia para dentro, pois a paralisia afeta o músculo que puxa o olho para fora. Em muitos casos, a paralisia leva a desvios muito grandes. Atinge crianças e adultos, mas na maioria dos casos é uma paralisia temporária, com resolução espontânea.

Síndrome de Duane

A síndrome de Duane é um tipo de estrabismo congênito. A criança nasce com má formação do VI nervo craniano que ocasiona uma dificuldade em movimentar um ou os dois olhos para fora ou para dentro. A criança pode adotar uma posição anormal da cabeça para conseguir enxergar. O olho também pode se desviar para cima ou para baixo.

A cirurgia nem sempre é indicada para pacientes com a síndrome de Duane. O objetivo do tratamento é restaurar o alinhamento satisfatório dos olhos ao se olhar em frente, eliminar uma postura anormal da cabeça e prevenir a ambliopia.

 Pseudoestrabismo

Como o próprio nome diz, o pseudoestrabismo parece estrabismo, mas não é! Trata-se de uma condição chamada de epicanto, que se caracteriza pela cobertura da prega nasal do olho (cantinho do olho encostado no nariz) pela pele palpebral.

Em outras palavras, a pele das pálpebras acaba cobrindo a parte branca do olho na região mais perto do nariz. A partir disto, há uma percepção de que o olho está desviado. A boa notícia é que o epicanto melhora ao longo da infância.

Maioria dos casos de estrabismo ocorre na infância

Os pais devem ficar atentos aos desvios oculares a partir dos 3 meses de idade. A maioria dos casos de estrabismo se desenvolvem na infância. O diagnóstico e o tratamento devem ocorrer antes dos 7 anos. Isto porque a visão se desenvolve fora do útero e qualquer doença ou condição oftalmológica pode prejudicar o desenvolvimento visual.

A recomendação é levar o bebê para uma consulta oftalmológica de rotina em seu primeiro ano de vida. Caso os pais percebam desvios oculares antes ou depois desta consulta, devem procurar um oftalmopediatra assim que notarem o desvio.

Stratus Oftalmologia Avançada conta em seu quadro clínico com vários oftalmologistas., como Dr. Ricardo Menon Nosé, Dra. Marcela Barreira e Dra. Maria Beatriz Guerios

A clínica oftalmológica fica localizada na cidade de São Paulo, na região dos Jardins.

Para agendar sua consulta, ligue para (11) 3266-2768.

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