Hipertensão ocular e sua relação com o glaucoma
A hipertensão ocular é o nome que se dá ao aumento da pressão dentro do olho, a pressão intraocular (PIO).
A pressão intraocular tem como objetivo manter o formato arredondado do olho. A PIO pode se elevar quando há problemas na produção e na drenagem do líquido que preenche o globo ocular, chamado de humor aquoso.
Quando o humor aquoso não é drenado corretamente, a pressão dentro do olho aumenta e ocorre a hipertensão ocular.
Hipertensão ocular é diferente do glaucoma
Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista especialista em glaucoma, o aumento da PIO é o principal fator de risco para o glaucoma. Contudo, nem todas as pessoas com hipertensão ocular irão evoluir para o glaucoma. “Isso porque nesse casos há aumento da pressão intraocular sem lesões no nervo óptico. Por outro lado, quando a pessoa desenvolve a hipertensão ocular o risco de evoluir para um glaucoma aumenta”.
Hipertensão ocular costuma ser descoberta em consultas de rotina
Assim como o glaucoma, a hipertensão ocular é uma doença silenciosa. A maioria dos pacientes descobre que a PIO está alta nas consultas oftalmológicas de rotina.
O exame que detecta aumento da pressão intraocular se chama gonioscopia e é feito em todas as consultas oftalmológicas.
Qual o nível da pressão intraocular considerado alto?
Os níveis da pressão intraocular devem ficar entre 10 e 20 mmHg (milímetros de mercúrio). Acima de 21 mmHg, já se considera uma hipertensão ocular.
“Vale relembrar que quando esse aumento está relacionado a danos no nervo óptico, o diagnóstico é de glaucoma”, explica Dra. Maria Beatriz.
Existem sintomas quando a pressão intraocular aumenta?
Na maioria dos casos, como já falamos, o aumento da PIO é assintomático. Contudo, alguns pacientes pode apresentar manifestações quando a pressão se eleva. Entre eles podemos citar:
- Redução da visão lateral
- Visão embaçada
- Aumento da pupila
- Dor nos olhos
- Dor de cabeça
- Enjoos e vômitos
- Sensibilidade à luz
O que a pessoa deve fazer quando apresentar esses sintomas?
A partir das manifestações que podem estar relacionadas ao aumento da pressão intraocular, o ideal é procurar um serviço de urgência oftalmológica e/ou um oftalmologista.
Um ponto a ser destacado é que os sintomas também podem estar associados a outras condições graves, como um acidente vascular cerebral (AVC). Portanto, a melhor atitude é procurar ajuda médica.
Fatores de Risco
- Traumas cranioencefálicos e na região dos olhos
- Uso de medicamentos à base de corticoides
- Doenças na córnea
- Histórico familiar da doença.
Quando a pressão intraocular pode evoluir para glaucoma?
Essa é uma questão muito importante. Em muitos casos, a hipertensão ocular não evolui para o glaucoma.
“A chance é maior quando a pessoa apresenta fatores de risco como histórico familiar de glaucoma, córnea fina e nível de pressão acima de 25 mmHg”, reforça Dra. Maria Beatriz.
Como é o tratamento?
O tratamento da hipertensão ocular depende de vários fatores. De qualquer maneira, quem tem esse diagnóstico deve ser acompanhado regularmente pelo oftalmologista. Em geral, opta-se por usar colírios para reduzir a PIO.
Quando o paciente não responde ao tratamento clínico, ou seja, quando a pressão intraocular não diminui com os colírios, pode ser preciso realizar uma cirurgia para controlar a pressão dentro do olho.
Prevenção
A consulta anual com um oftalmologista é a melhor maneira de prevenir ou diagnosticar de forma precoce a hipertensão ocular.
O check up anual é recomendado para pessoas sem fatores de risco associados. Em outras palavras, quem tem histórico familiar de glaucoma, usa medicamentos à base de corticoide ou tem doenças e problemas na córnea, deve acompanhar a pressão intraocular com maior periodicidade.
Outra dica importante é proteger os olhos de traumas, como boladas, socos, arranhões. Isso pode ser feito com uso de óculos de proteção em situações que podem ferir os olhos.