Retinoblastoma: O que é? Quais os sintomas? Como é o tratamento?
O retinoblastoma é um tumor ocular maligno que afeta crianças abaixo dos 5 anos de idade. Antes de mais nada, é preciso dizer que o retinoblastoma é considerado um câncer curável, com uma taxa de sobrevida próxima a 100%.
O retinoblastoma é o tumor intraocular primário mais comum na infância, com incidência de 1:16.000 a 18.000 nascidos vivos e representa 11% dos cânceres que se desenvolvem no primeiro ano de vida.
Por que se chama retinoblastoma?
O retinoblastoma leva esse nome porque se desenvolve na retina, a parte mais posterior do globo ocular, o fundo do olho.
A retina é essencial para a visão, pois é através dela que a luz que entra no olho atinge o nervo óptico. Esse nervo é responsável por enviar as informações ao cérebro para que possamos enxergar.
O termo “blastoma” é o nome genérico que designa qualquer tumor cuja origem seja o tecido embrionário. Portanto, indica tipicamente um câncer que atinge as crianças.
Causa do retinoblastoma
O retinoblastoma é causado pela proliferação anormal das células da retina durante os primeiros meses ou anos de vida.
É por isso que, normalmente, o tumor costuma ser diagnosticado em crianças entre 8 meses e 3 anos de idade. Mas pode ocorrer até por volta dos 5 anos de idade.
Genética do retinoblastoma
O retinoblastoma é um tumor com forte ligação genética. Foi um dos primeiros tumores em que se encontrou essa base genética. Em outras palavras, o retinoblastoma é causado por uma mutação no gene RB1. Essa mutação é a responsável pelo crescimento desordenado das células da retina.
Características do retinoblastoma
O retinoblastoma pode atingir apenas um dos olhos (60%) ou pode se desenvolver nos dois olhos (40%). Os casos bilaterais são sempre hereditários e a idade média de diagnóstico é de 1 ano.
Os casos unilaterais são em sua maioria não hereditários, mas 15% podem ser hereditários e a idade média de apresentação é de 2 anos. Além de atingir um ou os dois olhos, o retinoblastoma pode também afetar a glândula pineal.
Sinais e Sintomas do Retinoblastoma
O reflexo esbranquiçado (leucocoria) no olho da criança que aparece em fotografias costuma ser o sinal mais conhecido do retinoblastoma.
Contudo, há outros sinais e sintomas que servem de alerta para os pais, como:
- Estrabismo: trata-se de um desvio ocular muito comum na infância. Nem sempre uma criança com estrabismo tem retinoblastoma, mas é sempre importante consultar um oftalmopediatra caso a criança comece a desviar o olho.
- Fotofobia: O retinoblastoma pode provocar sensibilidade à luz. Ou seja, a criança pode franzir os olhos e até mesmo levar as mãos aos olhos para protegê-los da luz, seja solar ou artificial.
- Nistagmo: Essa é uma manifestação menos prevalente. Trata-se de tremores involuntários no globo ocular, que podem ocorrer em todas as direções. É parecido com o estrabismo, mas são movimentos rápidos e rítmicos.
- Vermelhidão ocular: Algumas crianças podem apresentar vermelhidão ocular que não melhora ou não é explicada por outras causas.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito por um oftalmologista infantil (oftalmopediatra). Além dos exames clínicos e da anamnese, o médico pode solicitar uma ultrassonografia, uma tomografia e uma ressonância magnética para avaliar a extensão do tumor.
O exame que detecta o retinoblastoma é o exame de fundo de olho, que analisa a saúde da retina. Portanto, durante a consulta já é possível saber da existência do retinoblastoma.
Como é o tratamento?
O principal objetivo do tratamento do retinoblastoma é preservar a vida da criança, bem como sua visão.
O tratamento pode envolver diversos recursos, dependendo do estágio da doença. O mais usado é a quimioterapia oral ou via cateter.
Infelizmente, em alguns casos, é preciso remover o tumor de forma cirúrgica e essa remoção exige a retirada do globo ocular.
Graças aos avanços no tratamento do retinoblastoma, a taxa de sobrevida do retinoblastoma aumentou e hoje é de cerca de 90% ou mais.
Todavia, o acompanhamento em longo prazo é obrigatório, pois há risco de desenvolvimento de um segundo câncer na vida adulta. A triagem genética adequada e o aconselhamento genético podem ajudar pais e pacientes na idade adulta a entender a doença adequadamente.
Como prevenir?
Como a maioria dos casos tem relação com a genética, não é possível prevenir. Contudo, os pais precisam se conscientizar a respeito do acompanhamento oftalmológico do bebê.
Recomenda-se que a primeira consulta com um oftalmopediatra seja feita ainda nos primeiros meses de vida. Uma vez que o retinoblastoma afeta bebês e crianças menores, o exame oftalmológico precoce torna-se a principal ferramenta para o diagnóstico e o tratamento precoces.